Bush mata crianças?
* Paulo Sérgio Leite Fernandes
Bush mata crianças?
Preservada a autoria: Ramzi Aidar – AFP Se e quando houver custo na publicação, basta cobrá-lo. Será imediatamente pago.
Bush sabe o significado de assassínio em massa. Corre o risco, hoje realidade, de passar à história como genocida. No dicionário, o genocídio é delito contra a humanidade, definido pela ONU. “Consiste no emprego deliberado da força, visando ao extermínio ou à desintegração de grupos humanos, por motivos raciais, religiosos, políticos, etc”. Não há exemplo mais preciso disso. A guerra do Iraque está chegando ao fim. No ocidente, um autocrata moderno lê as escrituras. Pára num determinado trecho. O faraó mandara trucidar todos os primogênitos do Egito, movido pelo temor de que um deles se transformasse em líder dos judeus. Salvou-se um menino, posto num cesto a navegar nas mansas águas do rio Nilo. A própria filha do faraó salvou a criança. Moisés cresceu e levou a nação à sobrevivência, decálogo na mão, apontando o caminho da ressurreição política.
Bagdá tem primogênitos salvos pela areia. Vão crescer. Alguns exibem, na carne, as cicatrizes deixadas por projéteis lançados pelos trigueiros comedores de carne de porco. Vai acontecer fora do tempo do Bush. O faraó americano espalhou um vírus cujo antídoto foi descoberto há milhões e milhões de anos. Em Bagdá, não resta pedra sobre pedra mas existem, ao redor, rios e rios de areia. Sobrevivem os meninos. Alguém os recolherá. E tudo continuará com dantes, misturando-se o futuro no sangue dos inocentes, na ira dos sobreviventes e na coca-cola dos invasores. O dia do faraó há de chegar também. Sobre a lápide, algum religioso bem-intencionado mandará erigir um símbolo sofisticado: a cruz de cristo enrolada numa torre de petróleo. Deve dar certo.
Advogado criminalista em São Paulo há quarenta e três anos e Presidente, no Conselho Federal da OAB, da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas.
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