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GUERRA CIVIL: A PIOR DE TODAS AS TRAGÉDIAS

Roberto Delmanto

No confronto que vivenciamos entre o Executivo e o Judiciário, promovido pelo primeiro contra o segundo, visando criar um impasse institucional, cresce de importância o papel das Forças Armadas.

Elas não exercem, como pretendem alguns intérpretes do art. 142 da Carta Magna, um poder moderador, que não existe entre nós, conforme sustentamos nos artigos “O jabuti da Constituição” e “TSE: o novo alvo” (facebook de 11.06 e 18.06.20).

Fazem parte do Poder Executivo, estando sob a autoridade direta do Ministro da Defesa e suprema do Presidente da República, neste caso consoante o próprio art. 142.

A realidade nos mostra que, além do direito, no campo fático caberá às mesmas a resposta final: ou defendem a democracia, como vêm fazendo há 35 anos, ou apoiam uma nova ditadura, a exemplo daquela de 64, que perdurou por 21 anos.

Dentro da hierarquia e da disciplina que as caracterizam, elas têm mantido absoluto silêncio.

Todavia, ocorrendo um planejado impasse político, como se comportarão?

Os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica se aventurarão num projeto ditatorial, ou se manterão fiéis ao Estado de Direito Democrático? E como reagirão seus comandados?

O pior que poderia acontecer neste gravíssimo momento histórico, em que caminhamos para ocupar o primeiro lugar do mundo em mortes pela Covid-19 e ao meio de um consequente e terrível colapso econômico, seria uma guerra civil, caso uma das Forças Armadas não concordasse com outra, ou, dentro de qualquer delas, surgisse uma dissidência.

O Brasil, até hoje, tem da mesma sido poupado. Mas de todos é conhecido o que representou, com sequelas que ainda perduram, a Guerra Civil dos Estados Unidos entre o norte libertário e o sul escravagista.

Para os que, como eu, acreditam em Deus- que dizem, é brasileiro -, só nos resta rezar para que ela não ocorra entre nós, nem agora, nem nunca.

Se, contudo, a ditadura triunfar, prevalecendo o mal sobre o bem, nós, democratas, devemos resistir, firme mas pacificamente, seguindo os exemplos maiores, e eternos, do Mahatma Gandhi e de Martin Luther King Junior…

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