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Deputado Jair Bolsonaro, homofóbico, vai ter problemas

Paulo Sérgio Leite Fernandes

O deputado Jair Bolsonaro, eleito mais uma vez à Câmara Federal com bom número de votos, valendo para tanto o eleitor carioca, é militar de carreira, incorporando-se lá atrás ao exército nacional. Tem antiga vinculação com elogios à tortura, morte de delinquentes e com a ditadura militar vigente no país durante os “anos de chumbo”. Não vem ao caso, agora, discussão sobre vocações ideológicas trazidas do passado. Cada qual vive a vida dentro de seus parâmetros pessoais, sabendo-se que o futuro sempre cobra – ou premia. O gajo foi eleito mais de uma vez, significando que há gente gostando dele. Isso vale até para o término ou não da construção de Angra III no Brasil. Existe brasileiro querendo mais um demônio no Estado do Rio de Janeiro. Paciência! Líderes provisoriamente incensados enquanto sentados no trono tiveram fim muito ruim. Adolf Hitler, segundo conta a história, praticou suicídio dentro de um “bunker”, com a amante, enquanto as forças vitoriosas o buscavam implacavelmente. Mussolini foi pendurado nos galhos de uma árvore, constando ter acontecido o mesmo à companheira Clara Petacci. Executaram Saddam Hussein de forma mais ortodoxa. Outros ditadores ou títeres receberam igual destino. Aqui no Brasil os usurpadores do poder sempre foram poupados. Castelo Branco fez viagem desastrada num avião inseguro. Aquilo caiu com ele dentro. Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo (este último no começo da abertura) morreram de velhice – ou de doença. Ainda existe, em algum lugar do país, uma ou outra exaltação à memória deles. Na verdade, em matéria de democratização, política, mulher e costumes há gosto para tudo, respeitando-se, evidentemente, parâmetros éticos e sobretudo legislativos. É assim que funciona agora, dentro do chamado “Estado de Direito”. Em tal contexto, quando se agride uma estrutura protegida por lei, é natural que o sistema seja acionado, ou por vontade dos ofendidos ou mesmo por dever de ofício daqueles encarregados da fiscalização. O Ministério público é, aqui, fiscal obrigatório do equilíbrio. Não se censure o deputado por gostar do período ditatorial brasileiro. Tem direito de acarinhar e até de divulgar publicamente suas preferências. Entretanto, não pode ofender legislação existente reforçadora da igualdade entre raças, cor ou preferências sexuais. A lei proíbe. Assim, pretos, brancos, amarelos, vermelhos, os denominados “gays”, as “lésbicas”, enfim, têm absolutos direitos de igualdade no meio social, sabendo-se que as diferenças físicas equivalentes às raças são atributos ligados à genética e, quem sabe, a fatores ambientais inerentes a cada território antes ocupado pelos ancestrais. Sejam todos recebidos e respeitados, independentemente das preferências de cada qual. O deputado ofendeu a legislação existente. Sendo portador da chamada sanidade psíquica, é capaz de entender o caráter criminoso de sua conduta e de determinar-se de acordo com esse entendimento. Só o processo criminal adequado há de dizer, a final, se Bolsonaro merece ou não ser castigado criminalmente. Mas deve ser processado. Contrariamente ao pensamento leigo e fiel a Joaquim Canuto Mendes de Almeida, devo dizer que Jair Bolsonaro merece ser processado criminalmente. Tem direito à ação penal, para poder explicar as razões pelas quais ofendeu as minorias. Só no noticiário da imprensa é que isso não pode ficar. Diga-o o Ministério Público.

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