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Kadafi e o banco de apostas. Leia e vote.

* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
Kadafi e o banco de apostas***

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O Brasil tem loterias oficiais e uma ou outra paralela, desde a regulamentada “Sena” aos bingos clandestinos, caça-níqueis e aparelhagens outras, uns graçando livremente em algumas cidades, outros afanosamente perseguidos pela polícia. Deixe-se para último lugar o “jogo do bicho”, inventado em 1892 pelo barão João Batista Viana Drummond. Viceja por aí, nos bares e padarias, embora menos revigorado em razão até do gigantesco avanço da loteria oficial.

Não há aqui, por exemplo, exceção feita à corrida de cavalos, bolsa de apostas referentes a atividades comezinhas da vida humana. Conheci um eminentíssimo advogado que jogava em qualquer coisa, desde a “chapinha”, consistente em saber quem chega mais perto à parede atirando tampinha de garrafa, até em final de placa de automóvel a surgir na dobrada das esquinas. Em Londres, ao que consta, há uma bolsa onde se faz um universo de previsões do futuro, viajando desde o jogo de futebol à data em que o filho de um nobre vai nascer. Evidentemente, a primeira espécie possibilita fraude, comprando-se o goleiro, ou o juiz. De repente, estimulados pela repetição, os administradores de tal empreendimento abrem o sistema para o destino de Kadafi. Em outros termos:

1) – O ex-ditador líbio vai ser preso?

2) – Dentro de qual prazo?

3) – Morrerá resistindo?

4) – Se preso for, será ou não condenado à morte?

Valem as apostas. Saddam Hussein foi enforcado após condenação por um tribunal nacional. Bin Laden não chegou a voltar vivo da casamata onde se escondia. Alguém o matou e lhe sumiu com o corpo. Kadafi leva jeito de fugir, atividade complicadíssima, diga-se de passagem, pois há milhares de rebeldes enfurecidos prontos a transformá-lo em carniça.

Se no Brasil houvesse uma corruptela de tal tipo de loteria, Kadafi seria um bom candidato à inauguração.

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e um anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.

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