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Promotora pública bate em advogado

Paulo Sérgio Leite Fernandes

É caso para a OAB Federal intervir? Aconteceu assim: lá em Santa Mariada Purificação, na Bahia, uma promotora de justiça, de nome Cleide Ramos Reis, desferiu um soco na boca de advogado, em plena audiência. A desavença foi parar numa delegacia de polícia, sendo preciso realçar que promotores públicos, quando submetidos a investigação criminal, têm prerrogativa de função. O causídico sangrou na boca. A portentosa servidora pública de categoria especial, verdadeira “Diana, a caçadora”, não se tocou. A propósito, deveria trocar a caneta por luvas de boxe. O Ministério Público, segundo consta, vai apurar o incidente, havendo promessa de igual procedimento por parte da OAB.

Agressões de promotores públicos a advogados têm merecido comentários variados. Há alguns meses um promotor público agrediu seu oponente durante a realização de júri popular em Osasco. Anos passados, na Comarca de Embu das Artes, um criminalista foi parar no hospital. O agressor era promotor de justiça. Outro perseguidor oficial, becado, agrediu advogado num dos tribunais do júri no fórum central de São Paulo. Nunca se viu, entretanto, o sexo feminino assumir a condição de agressor. Esta seria a primeira vez. A notícia divulgada na imprensa oculta o nome dessa “mulher-gigante”, e gigante é, pois há, certamente, direta inversão de posições. Existia uma tribo, num lugar qualquer, em que os homens ficavam em casa futricando, carregando infantes no colo, fazendo comida e dançando. Competiam às mulheres a caça, a luta contra os inimigos e a iniciativa naquelas questões mais íntimas. A promotora baiana não levou em conta as lições de Dorival Caymmi, representante-mor da masculinidade nas terras de “Mãe Menininha”. Merece, realmente um apelido: é a “mulher gigante” de Casanova. Vale o tom jocoso da crônica para prevenir os incautos. Não se chegue perto dela, em audiência ou fora. Quando vier a São Paulo, pode fazer par com colega fisicamente diferenciado muitas vezes citado nas crônicas deste site. (v. Promotor agrediu advogado, repita-se).

Tocante ao advogado lesionado, deve ter levado ao extremo o conselho de não se bater em mulher. Dizem que há quem goste, mas nunca vestindo os hábitos talares.

A Ordem dos Advogados do Brasil, lá em Brasília, deve instaurar, repita-se, procedimento adequado a apurar o acontecimento. Os tempos mudaram. Homens e mulheres se põem em situação de igualdade. Foram-se os tempos em que as moças brasileiras se casavam três ou quatro vezes, pois começavam cedinho, matando os maridos aos poucos, havendo situações em que a menina saia do “jogo da amarelinha” para a cama de um quarentão. Agora é diferente: escreveu não leu, o pau comeu. A doutora promotora pode candidatar-se às lutas nos ringues de Las Vegas. No intervalo, falar um pouco de latim não lhe fará mal, tudo sobre o corpo do adversário.

A moça tem nome. Os jornais não se atreveram a elucidá-lo.

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