* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
O candidato Haddad volta ao site***

_____________________________________________________________

Deixou-se aqui, durante meses, o pedido de explicação a Fernando Haddad, ex-Ministro da Educação, sobre as mais de 240 faculdades de Direito cujo funcionamento ele autorizou durante o tempo em que dirigia aquele Ministério de suma importância.

Explique-se, em primeiro lugar, não haver qualquer opção político-ideológica atinente às eleições municipais. Há anos belisco o Ministério da Educação praticamente sozinho, querendo saber as razões pelas quais o Brasil tem o record absoluto, no mundo, do número de escolas de ciências jurídicas e sociais. Nunca tive resposta. Tentei, inclusive, estimular o Ministério Público Federal a investigar, por obvias razões, mas só obtive o silêncio, valendo o mesmo para o Conselho Federal da OAB que, se e quando protestou, o fez mornamente e para consumo interno. O moço, pós-graduado e coisas afins, pretende ser prefeito de São Paulo. Brigando com mais uns tantos, vem oscilando nas pesquisas. Aos 77 anos de idade, não sou obrigado a votar, mas faço como os velhinhos cadeirantes que teimam em participar das paralimpíadas, pois precisam sentir-se vivos. Levam o segredo da opção para o túmulo, mas é assim que funciona.

Voltei, meses atrás, a ler Cesare Lombroso, não por o mesmo ter escrito “O Homem Delinquente”, mas pela análise que ele fazia da conformação craniana daqueles investigados, como se fossem os chamados delinquentes natos. Reaproximei-me do sábio veneziano, já então com fundamentos outros ligados à hereditariedade em especial e endocrinologiaem geral. Assim, vivo uma espécie de “frenologia”. Em outros termos, o ser humano, fisionomicamente, parece mau porque é mau. Tem boa cepas se é sorridente, alegre, amável, bonito e elegante. Nesse sentido, o rapaz é simpático, não se assemelhando a alguém voltado a más condutas. Entretanto, autorizou 247 faculdades de direito no país, quero saber por quê. Haddad não diz, os Procuradores da República não querem saber disso, a OAB deixa andar, mas eu não deixo. São Paulo tem 330.000 advogados, no mínimo. Se eu não merecer explicação, eles merecem, não significando, veja-se bem, que eu goste dos outros pretendentes à maior prefeitura da América Latina. Entretanto, a bola da vez é o moço. Basta que ele diga alguma coisa a respeito. A bruxa má, há muito tempo, é o Ministério da Educação. Haddad pode fazer de conta que não leu, ou os marqueteiros lhe explicarão que a influência disto é muito pequena. Não é não. Sou um velho fribusteiro da advocacia criminal. Tenho minhas perebas, mas não as desse estilo. Dentro do contexto, Haddad volta ao site, sem que isso signifique que tenho predileção por um ou outro oponente. No fim das contas o jogo é confuso, cheio de escaninhos escuros e desestruturado da realidade.

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e dois anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.