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Vêm aí as eleições à OAB-SP (Guaraná x Whisky 12 anos)

Paulo Sérgio Leite Fernandes

 

Fui ontem, dia 8 de novembro de 2012, à reunião final da chapa de Marcos da Costa às eleições da OAB-SP em 29 de novembro próximo. Foi na Casa de Portugal. Chovia muito, mas havia uns quinhentos advogados e advogadas reunidos para os discursos tradicionais. Lá estavam Rubens Aprobatto Machado, José Roberto Batochio, Ivette Senise, Ruiz Filho, Aloísio Lacerda Medeiros e muitos outros. Marcos da Costa apareceu, é claro, dizendo suas coisas. Voto nele. Surgiu na OAB-SP bem moço, palmilhando a política interna com paciência, determinação, dinamismo e método, chegando agora à condição de disputar a presidência da maior seccional do país. O jovem, a bem dizer, cresceu lá dentro. Era assim no meu tempo. A gente entrava garotão e amadurecia na experiência. Marcos da Costa fala pouco e trabalha muito. Com D’Urso pôs a seccional em condições financeiras impecáveis, obtendo, inclusive, sem ônus, uma sede que há de ficar linda, após reformas indispensáveis em curso. No fim das contas, tenho afeto por todos os candidatos, mas não sou de fazer, tentativas a não ser que objetivamente vantajosas no trato das possibilidades de aperfeiçoamento. O poder deve mudar de mão quando desgastado, desorientado, desnaturado ou mal utilizado. Aqui, a OAB-SP vai bem e pode melhorar ainda, até que chegue, hipoteticamente, a hora da mudança. Não é tempo para mutações sem perspectivas de melhora ou defeitos verificáveis. No fim de tudo, devo dizer que Marcos, inclusive na vida pessoal, é o chamado “Mão-de-Vaca”. Nunca se sabe donde vem o dinheiro para comícios e manifestações grupais em geral. Fiquei lá na Casa de Portugal no meio do povão. Ninguém me chamou ao palco, mas a velhice ensina humildade. Pude perceber, inclusive, a economia nas despesas. Na verdade, passou por mim na festa, uma só vez, um garçom com um prato de bolinhos. Era hora da fome, mas os companheiros chegaram primeiro. Depois disso, veio uma bandeja com Guaraná e Coca-cola. Não havia bebida alcoólica. Não consegui matar a sede. E foi só. A plateia gritou, deu vivas e aplaudiu a seco, fazendo-o de coração aberto, cabeça limpa e barriga vazia, o que é muito bom. Conta-se que Toron, um companheiro alegre e canditado igualmente à presidência, fez comício com Whisky Black Label 12 anos à vontade e canapés deliciosos em profusão. Bons ventos o levem. Toron abriu as algibeiras. Marcos da Costa tem os bolsos fechados. Lembro de outro parecido, José Eduardo Loureiro, presidente  da Ordem enquanto eu era mocinho. Mandava-me ao Conselho Federal, no Rio de Janeiro, pagando hotel “3 estrelas” e sem comida. Reclamei. Ele me disse: “- Paulinho, é o que posso lhe dar. Isto aqui não é cabide. Se não quiser, deixe a OAB. Lá atrás, há uns vinte cobiçando seu cargo”.

Preferi assim. Cuida-se, no frigir dos ovos, de um conflito entre refrigerante comedido e malte envelhecido. Eis a questão!

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