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Movimento passe livre – Se tu faz pra mama, mama faz pra tu

Paulo Sérgio Leite Fernandes

Os moços saíram em passeata por São Paulo, de segunda a quinta-feira, 13/06/2013. A coisa ia bem, com pequenos excessos. Veio a Polícia, espécie de legião romana agressiva. Lei e ordem precisavam ser mantidas. Foi como estouro de boiada. Um buzinaço a mais, gritos esparsos e, logo, alguém bate em alguém. Daí, é uma chuva de cacetadas. Inocentes e culpados se ferem. Policial não sai daquilo sem pereba, nada grave, aliás. Treinou bastante para o resultado. Veste a armadura e usa o gládio de legionário. Trocou por botas as sandálias de couro de elefante.

Há manifestantes presos. Jornalistas também. A Polícia mostrou um pedaço em gravações. Os manifestantes mostraram o resto. No fim, por enquanto, a vantagem fica com a autoridade, sempre por enquanto. Nunca se sabe, até acontecer, qual a vontade do povo.

Algum senador deve estar interferindo. Suplicy é, sempre, o laranja. Se não estiver presente, é por não chegar a tempo. Não tomando cuidado, leva cacetada junto. Na democracia brasileira, deputado, vereador, juiz, desembargador e ministro do Supremo não têm mais aquela de “você sabe com quem está falando?”. Vão pro pote, em nome da “transparência”. São cidadãos comuns. Levam porrada de soldado raso. Cuidado, pois. Escreveu não leu, o pau comeu. Isso vale até para promotor público. Fiscalize a própria língua. Recolhidos no meio da refrega, o remédio, depois, é lamber as feridas, queixando-se ao CNJ. Ninguém liga. Isso é democracia, ou recomeço da ditadura. Já vimos coisa pior mas nunca sob proteção de pressupostos constitucionais atinentes à livre manifestação do pensamento e informação.

Veja parte da manifestação e suas consequências:

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