* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
Feriados nacionais***

_________________________________________________________________________________ 

Os Estados Unidos da América do Norte dão alguns exemplos ruins ao Brasil. Entre estes, desponta a espionagem oficial, especialidade da qual nos queixamos mas que praticamos com imensa competência, havendo apenas diferenças de qualidade, pois os americanos usam armamento eletrônico sofisticado e nós utilizamos o tacape. Entretanto, poderíamos com certeza imitar a América do Norte no chamado “dia de ação de graças”. Já fizemos isso no “dia das bruxas”, mantido como Halloween, apesar dos esforços de se o transformar em “dia do saci pererê”. Não deu certo. O dia de ação de graças é um dos pouquíssimos feriados nacionais norte-americanos. Temos profusão deles. Nossa Senhora, mãe de Deus, respeitadíssima aliás pelo cronista, leva a vantagem sobre todos os outros, valendo dizer que tem várias projeções, inclusive de pele preta, nossa padroeira. Já se percebe que o “dia da consciência negra”, comemorado na quarta-feira passada, tem ótima inspiração. Entretanto, os reflexos da paralisação do trabalho são enormes, destacando-se os acidentes de percurso matando os viajores. Sobra o consolo de saber que os mortos se vão num dia santo, merecendo, quiçá, melhor recepção à chegada. Tocante aos advogados em geral, a paralisação do exercício profissional é terrível, pois os prazos iniciados antes dos feriados não se suspendem, preocupando seriamente os profissionais do Direito, excluídos juízes e promotores que sempre conseguem harmonizar despachos e manifestações nos autos. O Brasil é recordista mundial em dias santos e feriados. É bom? É ruim?

 * Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e quatro anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.