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Desembargador Nalini promete mudanças

* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
Desembargador Nalini promete mudanças***

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O Desembargador José Renato Nalini é o novo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo a partir de 02 de janeiro do corrente. A posse solene se dará na “Sala São Paulo”, em fevereiro próximo. O local é magnificamente nobre, preparado a tanto por Mário Covas, mesmo saudoso governador que abraçou o cronista anos atrás, em cerimônia a ser relembrada.

Não se tem, evidentemente, retrato preciso das intenções do Presidente Nalini. Deixou escapar alguma coisa, realçando-se a pretensão de deferir aos funcionários a possibilidade de trabalharem em casa, às segundas e sextas. Tocante à reivindicação dos advogados de não serem mais submetidos a revistas pessoais, disse – a imprensa o diz – haverá surpresas.

A primeira hipótese é conflituosa, pois os processos devem estar em cartório, para consulta ou atos outros intermediados por advogados, não servindo, é evidente, justificativa no sentido de que muitos juízes já aproveitam as sextas-feiras para trabalhar em casa. Na verdade, tocante aos advogados, é famoso o “casual day”, permitindo-se aos assistentes, nesses dias, a utilização de trajes menos protocolares, surgindo às vezes o imprevisto a exigir uma peça de vestuário não existente no local. Isso lembra, cinquenta e poucos anos atrás, a figura de um bedel na Faculdade de Direito onde o escriba se formou, o famoso “pinduca”. Aquele funcionário alugava gravatas para os alunos, porque naquele tempo o terno “era obrigatório”. Em suma, sem gravata não se podia frequentar a aula. Hoje é diferente.  “A bermuda” faz parte integrante da indumentária do estudante.

Alguns, nos hábitos forenses, usam a sexta-feira para um fim de semana mais prolongado. Juntando-se a tanto as segundas, tem-se a semana de cinco dias. Ótimo. Dedicar-se-ão todos ao estudo mais aprofundado dos problemas jurídicos vertentes.

Quanto ao revistamento dos advogados inexiste dúvida qualquer, porque vigente resolução do CNJ impondo a obrigação a todos de passarem pelos portais eletrônicos. São Paulo tem, no estado, 300 mil advogados. Basta para o dia da posse do eminente Desembargador a demonstração de apreço do Poder Judiciário à Classe tão sofrida. Entenda-se que a obediência à resolução do CNJ não é uma exigência. É quase. De outra parte, a OAB terá, seguramente, um sinal de aproximação maior com o Poder Judiciário. Um bom caminho iniciado. Ver-se-á.

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e quatro anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.

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