* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
Mensalão Barbosa X Barroso***

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Dizem as boas ou más línguas que o presidente da Suprema Corte, Joaquim Barbosa, já se prepara a uma aposentadoria antecipada, olhando simpaticamente possível candidatura ao Senado. Tal fofoca é divulgada pelos jornais, não constituindo novidade. Para quem sempre viu no juiz (ou na toga) alguma coisa mística, ou sagrada, as insinuações respeitantes a isso chegam com característica insultuosa, porque magistrado morre magistrado, independentemente do grau de jurisdição que leva ao caixão. Dentro do contexto, os debates havidos no Supremo Tribunal Federal no dia 26 de fevereiro deste 2014 assumem feição extravagante, parecendo que o presidente do Supremo, de acordo ainda com a mídia, está a preparar uma plataforma política suportadora da pretensão eleitoral. Ao cronista não parecem boas tais suposições, não só em razão da majestade do pretor, mas em função, também, da gravidade dos assuntos jurídicos em discussão, sabendo-se dos destinatários das consequências. Deixe-se para outra oportunidade apreciação mais profunda sobre o tema. Vale dizer, no momento, que o Ministro Barroso, mesmo sofrendo intervenções intempestivas do presidente da Corte, soube manter comportamento impecável, surpreendente, até, significativo da estabilidade emocional demonstrada enquanto, pacientemente, prosseguia em seu voto.

Este ponto final é escrito às 10:43hrs do dia 27 de fevereiro de 2014, no entremeio do recomeço da votação subsequente. Difícil, nas circunstâncias, adiantar o futuro, mas é muito possível que os réus embargantes se livrem das acusações de quadrilha ou bando, embora Barbosa bata os pés no chão. 

 

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e quatro anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.