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Joaquim Barbosa é advogado

* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer

Joaquim Barbosa é advogado

Ministro do Supremo Tribunal Federal morre ministro, embora aposentado. Assim, o hoje advogado Joaquim Benedito Barbosa Gomes continua carregando a denominação primeira. Já foi membro do Ministério Público. Antes era inscrito, sim, na mesma Seção da OAB onde tenta a qualificação profissional para pleitear em juízo. Dentro de tal contexto, já pertenceu às três repartições principais da carreira jurídica. Advogou, pouco é bem verdade, integrou a instituição persecutora e, por fim, foi magistrado. Diga-se que enquanto membro da Suprema Corte, não esteve muito disposto a simpatizar com a advocacia, recusando-se, inclusive, a receber um ou outro defensor que o procurava para despacho. Essas coisas são assim: conheci dentista que não gostava de obturar dentes, padeiro inimigo do forno, médico que não podia ver sangue e economista inconciliável com os números. O primeiro entortava a boca do paciente, o segundo esturricava o “croissant”, o terceiro fazia suturas horríveis e o último levava os consulentes a falência. Isso significa, é claro, que a aproximação entre o homem e a profissão precisa ser, no mínimo, gostosa. Às vezes a atividade decorre do chamado estado de necessidade, resolvendo-se nos dinheiros a ganhar. Pode acontecer, também, que a experiência decorra de uma sorte qualquer de vingança, a exemplo do consórcio com mulher refratária.  De repente pode ser até um amor secreto, aguardando-se muito tempo para degustação. De qualquer forma, pesquisa feita por este “site” obteve oitenta por cento de votos pela inscrição do hoje colega Joaquim. Eu, de meu lado, também o acolhia com algumas observações ácidas. Aliás, ele pode ter levado uma advertência qualquer, nas considerações postas durante o processo de habilitação, mas a tragicomédia terminou. É mais um advogado a legitimar-se nos pretórios nacionais. Joaquim Barbosa, no fim das contas, é daqueles a dizerem as coisas sem rebuços. Enquanto ministro atuante, dizia bastante e ouvia muito pouco porque, ao fim das contas, a toga lhe servia de blindagem. Agora, como advogado, cai na vala comum. Entra naquela do “bateu, levou”. Prepare o costado e seja elegante, a menos que pretenda continuar como foi. Numa dessas, rola no chão.

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e quatro anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.

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