Está chovendo aqui
Luiz Antonio Sampaio Gouveia
Ouço a chuva que cai gostosamente nos desvãos de minha janela, nisso há um toque de poesia. Mas este poema que me inspira pode ser a tragédia da Bahia, justo na terra morena da sensual Gabriela, que dava porque era natural dar e sonhar, assim nos Ilhéus de Jorge Amado, que, no almoço, meus avós sempre dscutiam de suas relações com Gilberto Amado. Outro grande intelectual brasileiro, que como Jorge, não era baiano, mas sim sergipano, embora relacionado a estes meus avós baianos. A propósito de intelectuais, lembrei-me de Van Gogh e Paul Gauguin, cujos quadros são magníficos. Não porque valham algumas centenas de milhões de dólares, mas porque nos fazem embrenhar neles e nos integrar em suas pinturas. Ambos, antes de serem pintores, somente passaram a pintar após ter passado por um período de derrota e expiação. Van Gogh, depois de perder o emprego e permanecer desempregado e Paul Gaughin, depois de quebrar, na bolsa de ações, em Paris. É assim! Um amigo meu, Gighio Goviani, descendente dos Cavalcanti de Firenze, portanto sonhador, va pensiero sull’alli dorati, durante forte depressão, dizia à sua analista, toca aí, doutora, porque atrás do arco íris sempre existe um pote de ouro. Talvez seja isto, o que marca o período de expiação do Brasil, como dizia o meu amigo Euro, neste aranzel de absurdos e ignorância. Porque, quando a chuva parar, atrás do arco íris, sempre haverá um pote de ouro. Aos amigos que me amam e os meus inimigos que me odeiam porque sempre me quiseram amar, sem conseguir, feliz 2022.
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