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Entre Dilma, Angela Merkel, Meryl Streep e a cebola

* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
Entre Dilma, Angela Merkel, Meryl Streep e a cebola***

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O cronista tem misturado direito penal, processo penal e psicologia, mais precisamente ligada aos chamados humores corporais integrantes, sabe-se bem, do sistema glandular humano. Soube de um debate científico sobre o choro. Afirmava um psicólogo, não importa quem, que tanto faz chorar de medo como do suco de cebola nos olhos. É a mesma coisa. Outro sábio acentuava que não se chora por ficar triste, mas que a tristeza vem exatamente porque se chora. Isso diz, evidentemente, aos comportamentalistas em geral.

Vale a observação fechando noticiário, semana passada, sobre choro da presidente Dilma durante recente discurso. Não houvesse a explicação dos químicos sobre a influência do suco de cebola no choro, conhecida a substância entre os cientistas como “sulfóxido de aminoácido”, e se poderia dizer que a emoção levou o choro à presidente. Há quem diga, em contrário, ou seja, que a primeira dama ficou emocionada porque chorou. O cronista teve um amigo ainda pranteado, Sérgio Marcos de Moraes Pitombo, dos maiores processualistas penais que o Brasil teve e tem, que dizia, ironicamente, cofiando o bigode saxônico: “– Paulo Sérgio, nas raríssimas vezes em que fiz bobagem – todo homem faz –, fechei-me num quarto pra chorar ou xingar, tomando cuidado de jogar a chave fora, esperando que alguém a achasse depois. A gente não deve deixar que os outros percebam o nosso choro. O mundo é muito mau”. Sérgio Marcos dizia aquilo e depois ria, o que era raro no seu comportamento.

A presidente Dilma se encontrou com a mulher mais poderosa do mundo, segundo afirmam por aí. A teutônica venceu o concurso com Hillary. Há algumas diferenças entre a americana e a alemã, certamente, pois Angela é feia e Hillary já foi bonita. O cronista viu um filme sobre Thatcher, “A Dama de Ferro”. Margaret, nas telas, personificada por Meryl Streep, não chorou em cena alguma. Angela, à moda da maioria dos germânicos, não verte lágrimas, nem as de crocodilo. Dilma chora. Na conversa entre as duas, vai um conselho: Angela pode levar uma cebola no bolso. De repente faz bem às duas…

 

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e dois anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.

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