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As tragédias e a imprensa

* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
As tragédias e a imprensa***

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         Hoje, 10 de março de 2014, repercute ainda na imprensa o drama que vitimou três pessoas da mesma família, num episódio dantesco, com extensão e particularidades indizíveis. É bom realçar, entretanto, não ser esta a primeira vez em que a tragédias do tipo acontecem no país, incumbindo-se os jornais e a televisão de feéricos comentários respeitantes ao tema. Já houve, da parte dos criminalistas em geral e dos sociólogos em particular, advertências no sentido de que o espírito de imitação pode, em muitas oportunidades, provocar a reincidência nesse tipo de resultado terrificante. O exemplo mais típico de tais incidentes é bem antigo, por sinal, sendo a consequência de livro escrito por Flaubert (Madame Bovary). Aquilo produziu na Europa do século XIX uma verdadeira epidemia de vitriolagem, sabendo-se que a obra restou proibida durante muito tempo, pagando o autor preço caro por aquilo. Evidentemente, se o cronista critica a atividade deletéria desenvolvida pela imprensa, não há de cometer o mesmo erro. Entretanto, vale a advertência: certos fatos sinistros devem ser mantidos em discrição, pois o contagio é certo e funesto.

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e quatro anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.

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