Home » Ponto Final » O Ministério da Educação endoidou de vez

O Ministério da Educação endoidou de vez

* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
O Ministério da Educação endoidou de vez***

____________________________________________________________________________

Não bastassem as repetidíssimas notícias de inflacionária abertura de Faculdades de Direito no país, a segunda-feira depois do longo feriado de Corpus Christi, comemorado com uma das maiores passeatas de que o mundo tem notícia (quatro milhões de pessoas?), começa chuvosa em São Paulo, anunciando outra medida desastrosa do Ministério da Educação: o jovem Fernando Haddad, ministro de uma das pastas mais importantes da República, endoidou de vez, ou é irresponsável. Aumentou o número de Faculdades de Direito para mil e trezentos, adicionando outras dez à hecatombe. Não acredito que o moço seja menos bem posto em honestidade, mas só há uma outra alternativa: a de estarem a vendê-lo. Entretanto não consta que ele seja ingênuo. De repente, está numa espécie de vitimologia, querendo ser açoitado por alguém, a ver o que acontece depois. O Conselho Federal da Ordem tem juristas competentes e legitimidade para acionar o Ministério da Educação, na pessoa do próprio titular, porque a conduta é imoral. A OAB está quieta. Perceba-se bem: já ultrapassei os limites de interesse político nos destinos da Corporação. Meu tempo já se foi. A hora é dos que mantêm ainda vocação para tanto. Apesar disso, ainda possuo boa mira como franco-atirador. Alguma instituição, ou parte da mesma, precisa fazer o trabalho que a OAB, lá em Brasília, não faz. Não gosto do presidente Ophir, Reveria a minha postura crítica se, de repente, o bastonário deixasse de se levar por entusiasmo de ocasião, investindo então, legitimamente, contra aqueles que estão abastardando cada vez mais a advocacia. Há na Capital Federal, de vez em quando, um reclamo ou outro de quem, representando a OAB, acompanha as reuniões tendentes à abertura ou não de novas Faculdades de Direito. Aquele rezingamento, na hora presente, funciona como choro de criança. Dão-lhe um pirulito e o neném se aquieta.

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e um anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.

Deixe um comentário, se quiser.

E