* Paulo Sérgio Leite Fernandes
**Gustavo Bayer
A armadilha dos semáforos paulistas***

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Guido Mantega adverte o povo brasileiro quanto ao aperto fiscal, prenunciando surpresas. A coisa vem, com certeza, do problema econômico atravessado pelos Estados Unidos da América do Norte, tudo misturado na crise europeia. O Brasil estava relativamente sossegado, mas vai sobrar. No plano figurativo, é mais ou menos como eu vi lá em casa, quando a cozinheira fazia um doce: ela enfiou creme chantilly numa espécie de fole e apertou aquilo. Saiu uma pasta branca pela ponta da bisnaga. Há algumas diferenças, pois chantilly é açucarado e Mantega, além de feio e careca, é uma assombração tributária noturna.

Como se vê, o povo está sendo cinturado por todos os lados, havendo armadilhas por aí. Uma delas é constituída por alguns semáforos paulistas. Passa-se do verde ao vermelho em quatro segundos, no máximo. Aquilo pega o motorista no meio do cruzamento e a tempo para as câmeras espiãs fotografarem o incauto. A operação gera perplexidade incrível, pois a travessia começa no verde, maioria das vezes empurrada por muitos outros veículos. As multas são fatais e engrossam o prontuário com enorme rispidez. Pior seria se o condutor não atravessasse. Com ou sem seguro contra terceiros, o transtorno de ter a retaguarda do carro fissurada seria pior que tentar trocar celular com defeito.

* Advogado criminalista em São Paulo há cinquenta e um anos.

** Áudio e vídeo

*** O texto é de única e absoluta responsabilidade do autor Paulo Sérgio Leite Fernandes. O intérprete Gustavo Bayer é apenas o ator.