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Prescrição antecipada

Aldo Rodrigues de Souza

O advogado vinha lutando por longo tempo naquela causa criminal. A causa era ingrata para a defesa e a melhor e praticamente única tese defensiva  era a da  prescrição. O cliente, como habitualmente fazia nos últimos  dois anos na visita mensal  ao advogado, perguntou-lhe como estava o caso. E aí, o advogado teve a imprudência de comentar: – “Faltam poucos dias para a prescrição do processo; mais quatro dias e o Senhor fica livre para a sua viagem pelo mundo. É só ter um pouco de paciência e logo, logo, o seu problema estará resolvido. Tenha calma”. Dois dias depois, estava de volta o cliente ao escritório. Todo contente e entusiasmado, contava ao seu advogado: – “Doutor, fique tranquilo. Ontem, fui falar com o Juiz para pedir-lhe antecipação da minha prescrição. E ele disse que  examinaria o caso. Ele me atendeu muito bem, muito educadamente…  E estavam nesse papo, quando a secretária anunciou: – ‘Doutor, está aí fora  um Oficial de Justiça para intimar o Senhor da Sentença  do caso que iria prescrever amanhã…’”

*Crônica do livro “Pílulas d’antanho. Casos e causos relatados por um velho advogado”

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